Esta semana festiva comemora por um lado, o culminar dos estudos dos finalistas do ano transacto, e por outro, é atendida como um encontro de bandas, num programa cultural, entre outros, para todos jovens universitários, como os corvos que acabam de se enraizar no meio académico.
O recinto onde se realizam os eventos são cultivados com bares, barracas de comidas, tendas com djs, e um negócio que já foi mais rentável para as cervejeiras, atendendo às mudanças sociais e económicas. Mas sem dúvida que o é para alguém!
Todos os anos as colectividades e o associativismo estudantil, tentam trazer algo de novo, para o evento, um artista novo, novas actividades durante esta semana.
Em Leiria as coisas são um pouco diferentes das restantes academias do país, não há uma forte tradição, nem um cariz social como uma queima de Coimbra, ou do Porto, que movimenta milhares de pessoas. A Câmara Municipal e a própria Associação de Estudantes faz questão que o evento tenha um forte impacto social, mas dentro destes concelhos existem vontades públicas e privadas e financiam orçamentos recheados de tesouraria, haja quem divulgue o nome da cidade. Mas também neste aspecto, de ano para ano, e ainda para mais nas autarquias, os orçamentos estão curtos e recorrem-se sobre tudo a privados.
Para dar uma ideia rápida a Semana Académica de Leiria é feito por umas dúzia de pessoas, que, como se deve compreender estudantes com a sua vida profissional empatada, um certo período das nossas vidas.
Uma cidade como Coimbra tem história, mas será que Leiria ainda não criou bases para os empresários da região apostarem nos jovens e nestes encontros como meio de difundirem o seu nome, apostar neste meio para divulgação e publicidade?
Este ano apostou-se nos símbolos do Amor, com num novo cariz cultural, apoiado no que estes jovens aprendem na escola, e do calo dos anos consecutivos, da repetição das mesmas funções. Este grupo, de ano para ano, aprende por conta peso e medida, com os seus próprios erros, e o desafio que é, a capacidade de ano para ano, tornar o evento mais atraente para o grande público e para os estudantes, havendo este permanente antagonismo de agradar a gregos e a troianos. Mas sem dúvida o erro que aponto na organização, é o facto que não se planeia a longo prazo trazer para o ano que vem a banda internacional x ou y, porque de ano para ano este grupo, tal como o associativismo pode ser alterado.
Um estudante confessava-me um destes dias:
-“ Vou à semana nem é muito pelos concertos, é mais pelo ambiente que se vive, sentir este amor na semana de toda a academia de Leiria, porque uma semana inteirinha sem dormir correctamente, e abdicar de estudar, não é para todos, tenho de aproveitar agora, porque amanhã, já não sou estudante, passa tudo muito rápido, parece que ainda ontem era caloiro .”
A semana inicia-se a um domingo na sé catedral de Leiria, ao som do fado das guitarras e violas de Coimbra às doze baladas. Nesta noite os caloiros que iniciaram o seu percurso estudantil em Setembro último, passam a poder utilizar traje académico sendo traçadas as capa pelo padrinho de curso.
No dia que segue a segunda-feira, segue-se a tradicional noite de tunas, em que todas as tunas de Leiria sobem a palco, relembrando todas as tradições, porque para além de ser estudante, são tunos dedicados às músicas, às donzelas e aos copos. Terça-feira e quarta-feira, são noites de concertos. Na mística quinta-feira é realizado o tradicional desfile académico, em que os alunos finalistas de todas as escolas desfilam pelas ruas da cidade, ruidosamente pela ultima vez, com as cartolas na cabeça e bengalas na mão, tentando imitar os doutores. Outro não menos importante, são as latas do líquido de cevada fermentada, para arremesso ou para beber fresco, misturados pela loucura e alegria.
Para Finalizar estas lides temos mais dois dias de concertos, a sexta-feira e o sábado, que culminam recente adoptada Vacada que encerra a semana académica, com um até para o ano!
In: Jornal das Meirinhas
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