domingo, abril 08, 2007

As tradições, os costumes, o hábito.

Há situações na vida que fazemos desde que nascemos até morrermos.

Observei esta seguinte situação de vida.

Desde criança que o meu avô vai à fonte, hábito ou costume que só faz sentido na terra onde ele mora, visto que há uma fonte que serve a população. Por tradição, ou simplesmente sair de casa, ir à fonte nos tempos de mocidade, foi um hábito extremamente enraizado, como nos mostrava a música das “pombinhas da catrina”. Acontece que mesmo que eu o neto me oferecesse para ir à fonte, para o meu avô, nesse dia iria ficar incompleto, sendo a minha boa vontade, conotada com uma simples ligação vital para a convivência social, uma espécie de ritual antigo. (ir à fonte encontrar as raparigas, ou um amigo e cochichar as últimas novidades, o que geralmente acontece num cabeleireiro actual). Certo dia os inspectores da Câmara Municipal do concelho, mandaram avisar que a fonte do casal Pernes estava imprópria para consumo. Inconformado durante algum tempo, o meu avô pediu-me que fosse à fonte da saúde, que fica a alguns Kms de casa. Passado pouco tempo, continuou, novamente a deslocar-se à fonte, tinha saudade daquele costume. Um vez virou-se para mim e disse:

-Sempre bebi desta fonte e não é agora no fim de velho que vou deixar de beber desta água. Não tive coragem de dizer nada, apenas retorqui que estava imprópria para consumo, e o meu avô até costuma ser sensível a estas coisas da saúde, mas foi influenciado pela avó. (as mulheres dão sempre a volta à cabeça). Volta tudo ao inicio, o velho hábito de ir à fonte com o cântaro. Reencontra o amigo aqui e ali, ao longo do caminho, o mal menor do líquido contagiante.

Há coisas que nunca mudam, há outras se mudarem, não podem chocar com…

Desde que não criem tradições, costumes, ou simplesmente o hábito, tudo em ordem!

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